Blog / Comunicação Interna / Tudo sobre o Communication 2019 | O que aprendemos no evento

Tudo sobre o Communication 2019 | O que aprendemos no evento

Postado em 8/6/2019 11:08:32 AM

Nos dias 24 e 25 de julho nossos especialistas participaram do Communication 2019. Um evento com um formato intimista e que proporciona debates mais aprofundados sobre o cenário atual e os desafios de Comunicação Interna. O blog da SimplificaCI separou os principais tópicos apresentados e abordados pelos palestrantes. Para saber mais sobre o evento clique aqui e acompanhe as próximas edições, vale muito a pena participar.

De quem é a Comunicação Interna?

Recursos Humanos, Marketing, Presidência, TI e até Jurídico, todas as áreas ou outras aqui não citadas podem ser guarda chuva da comunicação com os empregados. A caixa em que a Comunicação Interna pertence depende muito da cultura da empresa e do objetivo estratégico da área na organização.

Muito embora seja o “sonho” das equipes se reportar diretamente à Presidência, para de fato participar do board, este não deve ser necessariamente o local “correto” no organograma da empresa. É necessário avaliar de que forma o departamento está posicionado e qual o seu ponto de influência nos processos de tomada de decisões junto a alta liderança. Há empresas com excelentes resultados em que a Comunicação Interna reporta-se ao departamento de Recursos Humanos, essa parceria de sucesso está relacionada, principalmente, à proximidade com as pessoas, ao melhor entendimento das demandas de cada empregado e também ao alinhamento com as estratégias de Gente e Gestão.

“Se sua empresa está exposta à crise, a Comunicação Interna tem de estar no guarda chuva da Comunicação.” Stéphane Guilbauld, Diretor de Comunicação da Renaul Americas

A Comunicação Interna, em resumo, é de todos os empregados e está a serviço das estratégias de posicionamento e relacionamento com seus públicos. Antes de reorganizar as caixas no organograma, é fundamental que seja definido o verdadeiro objetivo da área dentro da organização. 😉

Influenciadores da Comunicação Interna

Agentes de Comunicação Interna ou Influenciadores da CI , os colaboradores têm conquistado cada vez mais protagonismo no processo de Comunicação com os Empregados.

Seja para o uso de canais digitais como Aplicativo Mobile ou Redes Sociais Corporativas ou em ações Offline como pesquisas e reuniões de equipe, o Influenciador da Comunicação Interna, além de compreender melhor a realidade dos colaboradores, tem participado cada vez no processo de curadoria e estratégia de conteúdo da CI e, principalmente, contribui com as ações contextualizando o dia a dia dos empregados.

Atuando diretamente como suporte num processo de Comunicação e Engajamento, os empregados quando assumem a figura de influenciadores passam a compreender melhor o propósito da empresa e, naturalmente, tornam-se os melhores advogados da organização.

Liderança Antropológica

Em sua palestra com o tema “Liderança Antropológica”, Lucas Silveira, Diretor de Vendas da Reb Bull trouxe uma perspectiva multidisciplinar para debater o papel e o estilo de liderança nas organizações.

“Não existe estilo de Liderança ideal!” Lucas Silveira, Diretor de Vendas da Red Bull

O líder adequado para a cultura de sua empresa e necessidades da organização envolve confiança, empatia, consciência e está contextualizado pelos 5Es, que são:

1. Envision:  é preciso criar algo em que as pessoas enxergam um futuro possível e realista para o contexto em que elas estão inseridas.
2. Engage: engajamento é diferente de comprometimento. O bom líder entende as pessoas e estimula sua equipe a fazer com paixão.
3. Energize: fazer com paixão só é possível quando há inspiração. O líder ideal naturalmente inspira sua equipe.
4. Enable: o clima de trabalho permite que erros sejam cometidos com segurança e contribui com o desenvolvimento das pessoas por meio de oportunidades oferecidas ao longo da jornada de trabalho.
5. Execute: o líder tem a capacidade de se adaptar às novas realidades e compreende que seu exemplo mostra como se faz.

Comunicação Não Violenta

A CNV, ou Comunicação Não Violenta, é uma vertente da comunicação debatida com mais frequência nos últimos anos pelas organizações e, recentemente, ganhou espaço dentro das atividades de Comunicação Interna. Praticá-la no dia a dia, seja no contexto do trabalho ou no âmbito familiar e particular é um desafio que muitas empresas estão passando a enfrentar. Entre elas a Coca Cola Andina que esteve no evento representada pela Head de Engajamento, Comunicação e Responsabilidade Social, Carolina Losicer.

“É preciso que as pessoas se conheçam para que elas se ajudem.” Carolina Losicer, Head de Engajamento, Comunicação e Responsabilidade Social da Coca Cola Andina

Para a Coca Cola Andina, o processo de Comunicação com os empregados está baseado em quatro pilares, são eles:

  1. Motivação: motivar pessoas não é simples e em cada ação de comunicação é fundamental atentar-se a estes quatro aspectos importantes:
    1. Propósito: o comprometimento dos empregados é maior quando ele vê futuro na empresa e compreende que compartilha o mesmo propósito.
    2. Potencial: é preciso reconhecer o potencial de cada um dos empregados
    3. Pessoas: as emoções e repertório de cada indivíduo devem ser considerados
    4. Play: cada líder e cada empregado com senso de dono dos processos e seus resultados
  2. Processos: todo o processo de comunicação passa pelo modelo de Comunicação Não Violenta (Observação, Sentimento, Necessidade e Pedido).
  3. Suporte: participação ativa dos agentes de engajamento.
  4. Incentivo: cultura e hábitos da organização vivenciados nos rituais internos e acompanhados pelos indicadores de RH.

Conhecendo as pessoas – Arquétipos

Ao longo de dois dias de evento, com mais de 60 participantes e representantes de empresas entre 100 e até 90 mil colaboradores, as PESSOAS foram o foco de todas as falas e questionamentos. A Comunicação Interna, como principal elo da organização e seus empregados tem como premissa conhecer as pessoas e identificar os arquétipos ao seu redor:

Em sua palestra, Marcus Vinicius Martins apresentou aos participantes 9 perfis que sempre estão presentes nas equipes. Entender como cada um se comporta e identificar como cada um pode contribuir para obter melhores resultados é um trabalho que deve ser feito em conjunto. Liderança e Comunicação Interna, juntos, devem trabalhar para potencializar as características positivas e minimizar as negativas de cada perfil, são eles:

  • Sabotador: é um sinal de alerta para a Comunicação Interna de que há algo a ser melhorado na relação da organização com os seus colaboradores.
  • Cínico: este perfil têm dificuldade em se engajar e representa um desafio para os gestores.
  • Deliquente: atua de forma a assumir o papel do “rebelde sem causa” e tende a assumir comportamento destrutivo.
  • Andarilho: representa um grande desafio para os gestores e equipe de CI obterem seu engajamento por não se manter por muito tempo nas empresas.
  • Mártir: possui comportamento construtivo, mas tem a tendência de assumir a figura do “reclamão” do time. É um ponto de atenção das lideranças.
  • Trator: tende a se dedicar à empresa, mas necessita desenvolver algumas habilidades de liderança para então assumir atividades mais estratégicas.
  • Criança mimada: enxerga a empresa de forma positiva, porém acredita que detém todo conhecimento necessário e tende a assumir um comportamento mais individualista.
  • Abaixo do seu potencial: o empregado com este perfil ainda não encontrou razões que justifiquem sua dedicação total aos desafios da organização.
  • Estrela: não nasce pronto, mas com capacitação e motivação tende a crescer e evoluir dentro da empresa. Atua melhor em equipe e é altamente motivado.

Política do canal de comunicação interna | O ciclo de vida do conteúdo

O uso dos canais online e offline também foram debatidos ao longo de todo o evento. Como um suporte para as estratégias focadas em pessoas, os canais de comunicação interna ideais são definidos a partir da cultura de comunicação nas organizações. De qualquer forma, sejam eles offline como Quadro de Avisos, Jornal e Revista ou online como Aplicativo Mobile, Rede Social Corporativa ou E-mail, a política de canais de comunicação interna deve considerar três aspectos importantes:

  1. Tom: de que forma a empresa ou o departamento de Comunicação Interna vai se posicionar?
    O tom como as mensagens chave são passados deve ser definido de acordo com a cultura organizacional e, ao longo da construção de todo o conteúdo, este tom deve estar presente seja no contexto visual, textual e nas ações de endomarketing. A padronização do tom de fala desta persona traz proximidade ou distanciamento. Analise a cultura e os hábitos de sua empresa para apresentar um tom mais coerente à sua realidade.
  2. Conteúdo
    Toda estratégia de conteúdo perde relevância quando o contexto não é considerado. A cada nova campanha e ação planejadas a longo prazo, os gestores e a equipe de Comunicação Interna precisam revisitar suas estratégias e avaliar se o contexto mudou e se aceita determinadas atividades.
    “Conteúdo é Rei, mas o contexto é Deus!” Patrícia Merli Antunes, Gerente de Comunicação Interna da Oxiteno
  3. Periodicidade
    O uso dos canais de comunicação interna apresentam bons resultados quando na sua estratégia é considerada uma periodicidade adequada para o envio de comunicados. O tempo ideal, mais uma vez, é de acordo com a cultura do uso dos canais e do processo de comunicação. Há empresas que apresentam estratégias de uso dos canais diariamente e outras que estabelecem um prazo de até 7 dias para enviar novos conteúdos por meio dos canais.

 


Para saber mais sobre o que foi debatido ao longo destes dois dias acompanhe o nosso blog. Temos muito aprendizado e novidades para compartilhar. A equipe SimplificaCI parabeniza à Ebdi Corp pela realização e curadoria do evento, até a próxima vez ;).